«É preciso buscar sempre, sempre esforçar-se.
Obedecendo às leis da natureza, a árvore silvestre floresce,
os astros brilham, a água corre, galgando as encostas,
torneando os obstáculos, enchendo os vácuos,
ambicionando entrar no mar
que espera por ela lá em baixo,
e aonde talvez chegará
A criação, em todos os andares,
é uma aspiração contínua:
o espírito, que é, em potência, todas as coisas,
não pode circunscrever por si
as suas formas ideais,
como nem as formas naturais
que se reflectem naquelas.
A morte o limitará,
e também a sua impotência:
tenha, ao menos, a coragem
de fugir das fronteiras da preguiça.
O infinito,
que se desdobra diante de nós,
requere o infinito do nosso desejo
para corrigir, na medida do possível,
o desfalecimento da nossa força.»
A.-D. Sertillanges, A Vida Intelectual —
Espírito, Condições, Métodos (1920), Trad. e Pref.
A. Pinto de Carvalho, Arménio Amado-Editor,
Coimbra, 1941. p.114-5.
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